Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 462-2 | ||||
Resumo:O petróleo é atualmente a fonte energética mais utilizada no planeta, representando mais de 80 % da matriz energética mundial junto com o gás natural e o carvão. Por causa da grande demanda, enormes quantidades de óleo bruto são extraídas de reservas em todo o globo, com derramamentos consideráveis ocorrendo durante a etapa de retirada e transporte do petróleo. Diversos danos ambientais são provocados por conta de derramamentos de óleo nos mares como o que ocorreu no Brasil em 2019, contaminando mais de 3 mil quilômetros da costa, impactando tanto os ambientes marinhos e manguezais, degradando a fauna, a flora e a economia de moradores locais como pescadores e pessoas que tiram sua fonte primária desses ecossistemas. Por causa dos danos provocados e o grande impacto provocado, têm-se intensificado a busca por formas de remediar e atenuar os efeitos negativos dos derramamentos e recuperando os ecossistemas atingidos. Um dos tipos de tratamento pesquisados para este fim é a biorremediação, que utiliza de microrganismos para degradar, por vias metabólicas, diversos compostos presentes no óleo bruto, sendo uma alternativa a remediação química por exemplo. Neste trabalho, utilizamos duas bactérias isoladas para biorremediar hidrocarbonetos aromáticos, mais especificamente o fenantreno que faz parte dos 16 HPAs prioritárias da EPA por serem persistentes, carcinogênicos e mutagênicos. Utilizar a biodegradação para a contaminação de hidrocarbonetos aromáticos depende da presença de bactérias que sejam capazes de degradar compostos derivados do petróleo mineralizando. As técnicas que podem ser empregadas são atenuação natural, bioaumentação e bioestimulação, as quais já foram empregadas para remediar HPAs, essas técnicas podem ser aplicadas in situ ou ex situ. É bastante relatado em trabalhos o quando a viabilidade do emprego dessas técnicas para redução das contaminações, principalmente em condições que as bactérias utilizam o oxigênio, é comum encontrar bactérias degradadoras de compostos proveniente de óleo bruto tanto em consórcios, quanto isoladas capazes de clivar os anéis benzênicos. Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizado bactérias isoladas proveniente de lodo facultativo da Estação de Tratamento de Efluentes Industriais, onde recebe esgoto doméstico e industrial. Inicialmente 50 ml do lodo foi elutriado e 10 uL de lodo foi estriado na placa Petri contendo Meio Marinho e ágar, adicionado a este meio fenantreno.Realizou-se 6 estriamentos e deixamos na estufa bacteriológica a 30 C por 5 dias para o crescimento bacteriano com o meio descrito acima, este procedimento foi realizado por três vezes consecutivas, até a obtenção dos isolados, após esse procedimento, foi feito em meio líquido um novo meio marinho com fenantreno e transferido 25ml para cada reator de 100ml na obtenção de crescer as bactérias que se encontravam nas placas de petri em meio líquido e foi deixado em uma mesa agitadora por uma semana, por fim centrifugou em 5000 rpm por 4 minutos, a fim de concentrar a biomassa para a realização de extração de DNA e posteriormente sequenciamento genético onde foi identificada Cytobacillus firmus e Bacillus sp, ambas bactérias relatadas na literatura como degradadoras de hidrocarbonetos aromáticos. Contudo, esse trabalho mostra que foi isolado bacterias que tem a capacidade de degradar o fenantreno. Palavras-chave: Derramamento de óleo bruto, Biorremediação, Fenantreno, Bactérias Agência de fomento:Programa de Recursos Humanos 48.1 |